Os Sete Pecados Capitais no Jornalismo

Aqui está a relação dos sete pecados capitais no Jornalismo (obviamente sob a minha visão). Estes pecados têm relação direta e estreita com uma parte fundamental do processo jornalístico: a apuração. Vamos a eles:

1. Mentira. A “informação” inventada, vestida falsamente de fato jornalístico, é execrável. Nada mais precisa ser dito.

2. Preguiça. Nada se apura decentemente se a preguiça se instala no corpo. Em minha fase de chefe de redação, demiti mais repórteres por apresentarem esta característica que por incompetência textual ou comportamento rude.

3. Soberba. A arrogância traz péssima reputação aos jornalistas. Basta um ridículo se achar melhor que a fonte e o público para construir um rastro de preconceito com todos os demais jornalistas que fazem seu trabalho com humildade e interesse em buscar a melhor informação que sirva à sociedade.

4. Parcialidade. Há dois aspectos aqui. Primeiro ponto: imparcialidade não existe. Não porque os jornalistas são levianos, mas porque a própria teoria do Newsmaking e os estados emocionais e físicos da pessoa farão diferença na apuração. Mas isso não quer dizer que devemos abandonar a obrigação de retratar a totalidade das ideias e pontos de vista numa apuração. Num segundo aspecto, a parcialidade, quando honestamente informada para o leitor, há que ser perdoada, pois se age de boa-fé. Portanto, a parcialidade intencional e velada é imperdoável.

5. Imprecisão. A imprecisão pode ser causada pela preguiça na apuração. Mas pode também ser fruto do desleixo, da ingenuidade, da desonestidade ou da imperícia em contextualizar ou escrever. De qualquer forma, é pecado.

6. Distorção. Ainda que possa estar vinculada à parcialidade, aqui há um aspecto diferente, por isso a menção em item separado. O jornalista que distorce informação pode fazê-lo por interesse político ou econômico, para beneficiar-se ou a outrem. Portanto, faz por mau-caratismo ou corrupção.

7. Desonestidade. Obviamente, mentir, ser parcial ou impreciso e distorcer são características desonestas. Mas o item 7 dos pecados capitais no Jornalismo diz respeito à desonestidade com o leitor (a) e com a fonte (b). A) O leitor deveria ser informado de antemão por qual viés o jornalista informa. Seria a forma mais honesta de jornalismo, considerando ainda que a suprema imparcialidade não existe. B) Entrevistar, fotografar ou filmar e não se apresentar como jornalista à fonte é uma forma desonesta de obter informação. Este item 7 talvez seja o único polêmico aqui, afinal, muitos dirão que o fim justifica os meios. De qualquer forma, é desonestidade em relação ao leitor ou à fonte.


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