David Copperfield

Publicado originalmente na forma de folhetim entre 1849 e 1850, David Copperfield é o romance mais autobiográfico de Charles Dickens. Mas não só: nas palavras do grande escritor, que inspirou outros gigantes da literatura ocidental como Tolstói, Kafka, Woolf, Nabokov e Cortázar, este é seu “filho predileto”.

Nele, acompanhamos a jornada do herói, nascido na Inglaterra dos anos 1820. Órfão de pai desde o nascimento, David Copperfield pertence à imensa massa de desfavorecidos que a literatura do século XIX, pela primeira vez, presenteou com o protagonismo.

Parte fundamental da tradição do grande romance realista, este livro oferece não apenas um retrato acurado de seu tempo como também um contundente relato sobre a vocação literária.

Neste romance de formação, em muito inspirado na vida de seu autor, acompanhamos o amadurecimento e a tumultuosa jornada de David, um menino nascido à meia-noite de uma sexta-feira — o que, segundo a superstição, o condenaria a ser infeliz. Em uma narrativa repleta de tensão, encontramos não apenas personagens memoráveis, mas também um retrato contundente da realidade social da época.

Vemos as aventuras de David Copperfield em sua jornada, da infância infeliz e empobrecida até a descoberta de sua vocação como romancista de sucesso. Entre o elenco gloriosamente vívido de personagens que ele encontra, seu padrasto tirânico, Sr. Murdstone; seu brilhante, mas finalmente indigno amigo da escola James Steerforth; sua tia formidável, Betsey Trotwood; o eternamente humilde, mas traiçoeiro Urias Heep; Dora Spenlow, frívola e encantadora; e o magnificamente impecável Wilkins Micawber, uma das grandes criações de quadrinhos da literatura.

Em David Copperfield – o romance que ele descreveu como seu “filho favorito” – Dickens se baseou de maneira reveladora em suas próprias experiências para criar uma das obras mais exuberantes e duradouras populares, repleta de tragédia e comédia em igual medida.

“[…] Tão verdadeiros são esses sentimentos no presente que agora só posso fazer ao leitor mais uma confidência. De todos os meus livros, este é o de que gosto mais. É fácil acreditar que sou pai afetuoso de todos os filhos de minha fantasia, e que ninguém jamais amará essa família mais do que eu. Mas, assim como muitos pais afetuosos, tenho no fundo do meu coração um filho predileto. E seu nome é David Copperfield”.

Charles Dickens

O autor

Charles Dickens é considerado o maior escritor inglês da era vitoriana e admirado por Dostoiévski e Van Gogh.

Charles John Huffham Dickens nasceu em 7 de fevereiro de 1812, no distrito de Landport, em Porsea, perto de Portsmouth, Inglaterra. Segundo de oito filhos de John Dickens, o escritor teve uma vida relativamente longa, e marcada por grande prestígio. Aos 16 anos, aprendeu estenografia, similar à taquigrafia, que consistia em usar caracteres especiais abreviados de forma a se escrever as palavras com a mesma rapidez na qual são pronunciadas, e começou a trabalhar como repórter na Doctors’ Commons.

Em 1830, teve sua primeira desilusão amorosa, pois os pais de Maria Beadnell não permitiram que ele tomasse a mão da jovem em casamento. Dois anos após esse acontecimento, torna-se repórter parlamentar, e em 1834, ingressou na equipe do Morning Chronicle. O ano de 1836 foi bem produtivo para o autor: casou-se com Catherine Hogarth, com a qual tinha noivado um ano antes, publicou sua primeira antologia de contos, Sketches by “Boz” (pseudônimo utilizado por ele) e conheceu John Forster, que viria a se tornar futuramente seu biógrafo.

Mesmo tendo 10 filhos com a esposa, o casamento de Dickens durou pouco mais que 20 anos, o que não o impediu de prosseguir em sua carreira literária, e grandes obras aclamadas pela crítica fizeram dele um grande nome, como Oliver Twist, A Christmas Carol, A Tale of Two Cities e, é claro, David Copperfield.

Resenha da editora

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