Professor: compromisso com o aprendizado

Fiquei com o texto abaixo “esquecido” por mês e pouco. Era pra eu ter postado aqui pelas discussões do Ideb. Não o fiz porque achei que muitos iriam achar esnobe da minha parte.

Por conta do Dia do Professor, me tomei de coragem e digno de dar conselhos aos que militam no ensino de outras pessoas. Vamos ao que eu iria dizer antes e digo só agora:

Vi há cerca de um mês (tempo atualizado) uma entrevista com o secretário estadual de Educação do Paraná, Renato Feder, que falou sobre seu sucesso, ou melhor, dos alunos estaduais, nos índices do Ideb. De tudo que ele falou, registrei aqui o “único algo” que realmente faz diferença na educação, ou ainda, que reputo mais importante: comprometimento (do professor e do aluno) e feedback (retorno).

Ele disse que sua secretaria dá feedback do aprendizado dos alunos ao conteúdo passado em sala de aula para os professores. Vou abstrair aqui motivações dos professores para dar aula, pois cada um se motiva por motivos diferentes. Uns por mais salário, outros por carinho dos alunos, outros por mais respeito, etc.

Fui professor por 15 anos, e modéstia às favas, criei meu próprio método de feedback sobre o aprendizado, com uma “régua” chamada por mim de Escala Toldo. Nela enumerava erros comuns nos textos dos alunos e assim sabia individualmente e coletivamente o que era mais difícil para eles aprender. Era esta marcação em cada trecho do texto com erro que me ajuda a ajudá-los mais e os mostrava o que mais precisavam estudar. Um feedback duplo. Se ambos tivéssemos o compromisso do aprendizado, eu faria meu trabalho melhor, explicando algo específico, e o aluno buscaria mais atenção naquele ponto específico de erro (pois cabia a eles também observar seus erros mais comuns e buscar superá-los com mais estudos).

Para ficar mais claro, anotava em cada trecho do texto o número correspondente ao erro semântico, sintático, de lógica ou gramatical, além de corrigir a sentença errada. Fazia um exposição coletiva sobre os principais erros e depois chamava um por um para ler o texto dele e explicar os erros.

Não salvei todos alunos dos erros, mas contribuí para minimizá-los (para ser honesto com a realidade).Dito isto – e aqui é a parte importante deste texto, na verdade – como sugestão aos que ainda militam no ensino, aconselho criarem seus próprios modelos de feedback de aprendizado dos alunos e busquem uma forma de atendê-los individualmente (se possível) e coletivamente.

Moral da história: Noves fora os problemas estruturais, que muitos ditos professores acham serem os culpados pela calamidade que temos na Educação, ensino se faz “na sala de aula”, com comprometimento do professor com o aprendizado dos alunos e do estudante com seu próprio aprendizado. E isto deve ser reforçado a cada dia, como aqueles conselhos que todos conhecem, mas quando os ouvem de novo pensam alto: “é mesmo, preciso agir assim!”.

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