Cadê a testagem?

Hoje começa na prática a abertura gradual de escolas e mais público em outros estabelecimentos por conta das flexibilizações de medidas pela classificação de risco Alto da região Sul de SC. Obviamente haverá, nos próximos dias, uma incidência maior de pessoas infectadas.

Dito isso, vamos ao que vão divergir pandemistas e fraudemistas por causa do aumento provável do número de infectados.

Questão 1: Lockdown funciona ou não? Se formos acreditar no conceito do filósofo austríaco Karl Popper, – que disse lá na longínqua década de 1930, que se a propriedade de uma asserção, ideia, hipótese ou teoria for mostrada falsa, estaremos diante de uma teoria falha, ou, em outras palavras, para uma asserção ser refutável ou falseável, é necessário que haja pelo menos um experimento ou observação factíveis que, fornecendo determinado resultado, implique a falsidade da asserção -, chegamos então a resposta: lockdown NÃO funciona. Isto porque temos não só um, mas dois exemplos de falseabilidade. A Argentina fez lockdown rigoroso e tem taxa 591 óbitos por milhão de habitantes (16/10/2020), está entre as maiores da América Latina, bem mais doentes por milhão de habitantes que o Brasil. A Suécia não fez lockdown e tem taxa de 584 óbitos por milhão (16/10/2020), uma das menores da Europa.

Questão 2: Então ficar em casa não serve pra nada? Serve sim, mas para casos pontuais. Para explicar este item, deveria escrever um longo texto. E olha só, já escrevi. E faz tempo. Nossa quarentena (em Santa Catarina) começou em 15 de março deste ano. Dez dias depois, no dia 25 de março, publiquei o texto que segue neste link. Ali explicava, sem os dados de hoje, o que hoje parece óbvio porque temos dados. Há até as coisas que nossos iluminados políticos deveriam fazer e ainda não fizeram. Que pena (para a sociedade).

Questão 3: Máscara, álcool em gel, distanciamento e isolamento. A verdade é que poucas pessoas raciocinam para entender porque usá-los ou praticá-los. Daí caem no argumento sentimentalóide e histérico do “fique em casa”, “use máscara”. Excetuando o distanciamento, estes itens valem para quem TEM o vírus (“Médico usa máscara, então elas funcionam”. Já usaram este argumento para rebater minha argumentação. Quanta besteira. Tenho 50 anos e desde menino lembro de entrar em consultórios e hospitais e os médicos nunca estavam com máscaras. Fiz duas cirurgias, e naquela situação, e somente em situações de órgãos ou partes do corpo expostas, os profissionais de saúde usam máscaras. Ou seja, usam para ELES não contaminarem o paciente). Voltando. Como NÃO SE SABE QUEM TEM ou NÃO o vírus, se resolveu penalizar todo mundo. Esta é a ideia de asno das nossas autoridades, que preferem o paliativo ao resolutivo.

Resumo da ópera e moral da história: a melhor alternativa sempre foi a testagem em massa da população, tratamento e isolamento compulsório dos positivados, conforme escrevi lá no longínquo março de 2020 (neste link). Ninguém deu bola ou compartilhou, o que poderia pressionar as autoridades a fazer o que era CERTO e não o que era FÁCIL (e demagogo). Tô triste. Falo numa rede social para as paredes. Pessoal prefere ser burro e gado mesmo.

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