Dante faz ensaio lógico em De Monarchia

Da Redação

O leitor não se engane. De Mornachia não é um livro de estórias como A Divina Comédia. É um ensaio (como chamaríamos atualmente) de Dante Alighieri sobre a disputa de poder em sua época. De Monarchia é uma obra política; aliás, de grande influência política. Movido a escrevê-la por volta de 1313, quando do cerco infrutífero que Henrique VII de Luxemburgo submeteu à cidade de Florença, Dante busca nesta obra contribuir para erradicar a anarquia prevalecente na Itália e, especificamente, na cidade florentina.

Ele sonha com uma ordem social que estabeleça a paz e, num tom claramente gibelino, usa de uma retórica lógica com base nos escolásticos, nos clássicos gregos e romanos, nos historiadores Tito Lívio e Paulo Orósio, em Marco Túlio Cícero e Aristóteles e na Bíblia, elaborando um conjunto de ideias que vai contra a bula papal Unam Sanctam, de 1302, do papa Bonifácio VIII.

De Monarchia é, portanto, um tratado sobre o embate entre o poder temporal e o espiritual. O tema na época já era controverso: a relação entre a autoridade representada pelo imperador do Sacro Império Romano-Germânico e a autoridade do papa. O ponto de vista de Dante é conhecido, já que durante a sua atividade política ele lutou para defender a autonomia do governo da cidade de Florença da intromissão de Bonifácio VIII.

Em ordem cronológica, De Monarchia deve ser colocado após o tratado De vulggari eloquentia e antes de Paraíso, ou seja, num período entre a segunda e a terceira partes da Divina Comédia. O original foi escrito em latim e é composto de três livros, mas o mais significativo é o terceiro, em que Dante confronta mais explicitamente o tema das relações entre o papa e o imperador.

Neste livro, os três volumes originais foram aglutinados.


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